terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O que é que o PSICOLÓGICO tem a ver com a SII?


Antes de mais:
Apresento as minhas desculpas pela ausência na publicação de post's e resposta aos comentários enviados, mas a minha vidinha não tem andado muito calma e muito menos equilibrada, como vocês sabem fui mãe à 8meses, e com todo processo de adaptação a pequenita ficou doente, depois foi a mãe que ficou doente, seguem-se as noites mal dormidas, etc, etc... Para concluir tive problemas com o meu e-mail e só hoje consegui aceder à minha conta...
Apresentadas as desculpas...Segue o textinho tão pedido...

Mas afinal os factores psicológicos têm influencia nas crises da SII ou não??

Têm sim e muita...Aliás está provado que 70% das crises surgem devido a problemas de ansiedade, nervosismo, depressão...
 
O stress estimula os movimentos intestinais e cre-se que os movimentos intestinais sejam controlados pelo sistema nervoso. Foi observado em estudos que pessoas com sii possuem niveis de stress mais elevados do que pessoas sem sii... (Aqui entendemos porque... LOL :-) )
 
Atualmente a sii é classificada a nível médico como um disturbio psicofisiológico.

* Encontrei este texto que transcrevo:
 
"O uso da terapia cognitivo-comportamental (TCC) para o tratamento da SCI vem sendo testado atualmente, com boa expectativa de resultados para o alívio e o controle dos sintomas intestinais e psicológicos (Wise et al., 1982; Van Dulmen et al., 1996; Bennett, 1997; Salkovskis, 1997; Whitehead e Crowell, 1997; Blanchard, 1998; Ehlert et al., 1999; Neves Neto, 2001a, c).
A conceitualização da TCC para compreensão e controle da SCI como distúrbio psicofisiológico pressupõe que faça parte de um grupo misto de categorias, ou seja, de problemas em que há distúrbios observáveis no funcionamento corporal e da percepção distorcida de sintomas, sensibilidade e/ou reação excessiva (Gramling et al., 1996; Warwick et al., 1996; Salkovskis, 1997). Os principais fatores relacionados à manutenção da preocupação com cuidados acerca da saúde são:
1. Estimulação fisiológica
Por exemplo, quando o paciente interpreta catastroficamente situações cotidianas normais, com isso aumentando as sensações autonomicamente mediadas.
2. Focalização
Acontece quando o paciente dirige sua atenção aos sinais ou sintomas das suas próprias funções corporais, utilizando-se de verificações periódicas do funcionamento do seu corpo.
3. Evitação de atividades
Os pacientes podem utilizar comportamentos de evitação com o objetivo de controlar a sensação dos sinais e/ou sintomas percebidos, recusando-se a manter atividades normais.
4. Crenças e interpretações errôneas de sintomas, sinais e comunicações médicas
Os pacientes tendem a selecionar informações que reforçam suas crenças negativas sobre seus sintomas.
A partir da conceitualização cognitivo-comportamental da SCI são apontados os envolvimentos de componentes cognitivos, fisiológicos e comportamentais no aparecimento, na exacerbação e na manutenção dos sintomas, sendo destacados no quadro 2 (Salkovskis, 1997).
A descrição de cognições a respeito dos sintomas intestinais de portadores de SCI pode ser observada na apresentação de Neves Neto (2001c), utilizando-se do modelo cognitivo-comportamental para a conceitualização dos pensamentos automáticos de alguns pacientes, presentes no quadro 3.
 
É importante ressaltar que a identificação dos erros cognitivos dirigidos à percepção dos sintomas intestinais reforça a descrição de Salkovskis (1997) com relação aos fatores cognitivos e comportamentais como potencializadores e mantenedores da percepção dos sintomas físicos.
Quanto às técnicas utilizadas nos programas de intervenção da TCC em Psicologia da Saúde para portadores de SCI, serão descritas abaixo as freqüentemente utilizadas em programas de intervenção para essa condição (Van Dulmen et al., 1996; Salkovskis, 1997; 1997; Blanchard, 1998; Ehlert et al., 1999; Neves Neto, 2001a, c).
Procedimentos e técnicas da TCC utilizadas para o tratamento de SCI:
1. Aliança terapêutica
Orienta-se o terapeuta para explicar ao paciente o que se espera dele durante o processo psicoterapêutico, quais são as suas expectativas e motivações para a mudança, se ele vê barreiras no processo, custos para mudanças e explica-se a natureza da TCC.
2. Educação em saúde e biblioterapia
A distorção dos sintomas físicos muitas vezes vem acompanhada de falta de informações sobre a doença, seu aparecimento, curso e tratamento. Dancey et al. (1999) demonstraram alguns conceitos equivocados apresentados por pacientes de SCI, como: "SCI é um diagnóstico somente dado a adultos"; "Doença inflamatória intestinal é um outro nome para SCI"; "Crianças e adolescentes não sofrem de SCI"; "SCI é conhecida por antecipar o início de outras doenças, como doença de Crohn, colite ulcerativa e câncer do intestino".
3. Avaliação de sintomas psicológicos
Utilizam-se testes e escalas psicopatológicas para monitoração da evolução dos sintomas psicológicos que freqüentemente estão envolvidos no aparecimento ou na exacerbação da SCI. Os mais utilizados são: inventário de depressão de Beck, inventário de ansiedade traço-estado de Spielberg, inventário de sintomas de estresse de Lipp, inventário multifásico de personalidade de Minnesota, questionários de qualidade de vida (SF-36 e HRQOL) e testes projetivos.
4. Automonitoração
A monitorização dos sintomas intestinais (ex.: diário de queixas abdominais) e psicológicos segue as recomendações da TCC, através de diários de pensamentos.
Paciente e terapeuta discutem sobre as relações existentes entre situações e exacerbação das queixas, sendo o paciente orientado a identificar situações-problema (ex.: apresentar um seminário), pensamentos disfuncionais (ex.: "tenho cólicas porque sou ruim"), erros cognitivos (ex.: inferência arbitrária), emoções desagradáveis (ex.: ansiedade) e comportamentos desadaptativos (ex.: esquiva de situações) e a responder de forma eficiente a esses pensamentos, emoções e comportamentos. Costuma-se construir escalas do tipo Likert para auto-avaliação do paciente em relação à freqüência e à intensidade dos sintomas intestinais e psicológicos.
5. Técnicas de relaxamento
O relaxamento mais utilizado para SCI é o relaxamento muscular progressivo de Jacobson, embora Neves Neto (2001a, c) assinale a tendência dos pacientes clínicos a focalizarem mais a tensão no abdômen, podendo com isso acentuar a percepção de sintomas dolorosos, preferindo utilizar técnicas de relaxamento passivo ou de imaginação guiada.
6. Manejo do estresse
Avaliação e controle de fontes geradoras de estresse potencialmente prejudiciais para o indivíduo, adoção de exercícios físicos regulares, dieta equilibrada e redução do tabagismo, do consumo de bebidas alcoólicas e/ou do uso de hipnóticos ou tranqüilizantes.
7. Outras técnicas
Outras técnicas da TCC poderão ser utilizadas se forem percebidos problemas que estejam relacionados à exacerbação da SCI, como: treino em habilidades sociais e assertividade, distração, exposição gradual e interoceptiva, resolução de problemas e tomada de decisões, role-playing, biofeedback térmico/eletromiográfico e hipnose, entre outras."
 
Resumindo o texto:
 
Não adianta passar a vida a "cismar" por causa dos sintomas da sindrome, tem que aceitar a doença, aprender a viver com ela e principalmente APRENDER A LIDAR COM A MALVADA...
Procurar as técnicas que funcionem com o seu corpo (porque o que resulta comigo, pode não resultar na sua sindrome)...
Aprender a conhecer quais os alimentos que nos perturbam;
Aprender a viver sem stress;
 
Aprender a evitar a Ansiedade;
Aprender técnicas de relaxamento;
Encontrar um desporto que ajude a equilibrar a sindrome...
No fundo é um processo longo e que obriga os seus portadores a conhecerem o seu corpo melhor que ninguém...
 
Por isso, arregassem as mangas, vivam todos os momentos da vida, não se prendam dentro de casa por causa das crises (se tiverem que ir WC repentinamente vão, paciência...) Aprendi isso (basta habituarem se andar com toalhitas desinfectantes para poderem estar mais seguras em Wc's publicas...LOL :-D) 
 
 
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